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Shujing, Extratos do Livro das Histórias (03)

AS INSTRUÇÕES A YUEH

(Livro de Shang, VIII. Texto Antigo) Seção 1

1.O rei (57) passou a fase de tristeza na cabana de prantear durante três anos; terminado o período de luto, não pronunciou palavra alguma, para transmitir qualquer ordem. Todos os ministros o censuraram, dizendo: "Oh! Nós proclamamos inteligente aquele que é o primeiro a conceber; e o homem inteligente é o modelo dos outros. O Filho do Céu governa inúmeras regiões e todas as autoridades o veneram e reverenciam. As palavras do rei são ordens para elas". Diante disso, redigiu o rei um escrito para esclarecê-las, nos seguintes termos: "Competindo a mim ser governador dos quatro quadrantes do reino, tenho estado receoso de que a minha virtude não seja igual à dos meus predecessores; por conseguinte, abstive-me de falar. Mas, enquanto estava reverente e silenciosamente a pensar nos retos caminhos, sonhei que Deus me concedera um bom auxiliar, que falaria por mim". Então evocou minuciosamente a aparência da pessoa que tinha visto e determinou fosse procurada por toda a parte, mediante um retrato. Yüeh (58), um construtor da região de Fu - yen, foi julgado parecido com esse retrato.

2. Diante disso, o rei se ergueu e fez Yüeh o seu primeiro-ministro, conservando-o também ao seu lado.

Deu - lhe instruções, dizendo: "Apresentai, de manhã e à noite, as vossas advertências, para auxílio da minha virtude. Imaginai que eu seja uma arma de aço; - eu vos utilizarei como pedra de amolar. Imaginai que eu atravesse um grande curso d'água; eu vos utilizarei como barco a remos. Imaginai que eu esteja vivendo um ano de grandes secas; eu vos utilizarei como copiosa chuva. Abri o vosso espírito e enriquecei o meu. Sede como o remédio, que deve afligir o paciente para curar-lhe a doença (59). Pensai em mim como se eu fosse alguém a andar descalço e cujos pés por certo ficariam feridos, se eu não enxergasse o solo.

Que todos os vossos companheiros nutram o mesmo propósito de auxiliar o soberano, para que eu possa seguir os meus predecessores reais, caminhar nas pegadas do meu grande antepassado e proporcionar tranqüilidade aos milhões do povo. Oh! Respeitai essas minhas instruções; - assim conduzireis os vossos trabalhos a um feliz termo".

3. Yüeh replicou ao rei, dizendo: "A madeira é retificada com o emprego do fio de prumo e o soberano que obedece à censura torna-se cheio de sabedoria. Quando o soberano é capaz de assim fazer-se um sábio, os ministros antecipam-lhe as ordens, sem que sejam especialmente mandados: - quem ousaria deixar de agir em respeitosa conformidade com essas excelentes instruções de Vossa Majestade?"

4. Tendo assumido o cargo e a presidência de todos os funcionários, Yüeh apresentou-se ao rei e disse: "Oh! os reis esclarecidos agem segundo reverente obediência aos caminhos do Céu. A fundação de Estado e o estabelecimento de capitais, a nomeação de reis soberanos, duques e outros nobres, com os seus altos funcionários e chefes de departamentos, não se destina a servir à ociosidade e aos prazeres de um indivíduo, mas ao bom governo do povo (60). O Céu é todo esclarecido e atento; - que o sábio rei o tome como padrão. Assim os ministros concordarão com ele, cheio de reverência e, por conseguinte, o povo será bem governado".

“É a boca que dá origem à vergonha (61), são a cota de malhas e o elmo que dão origem às guerras. As vestes superiores e as roupagens inferiores para as recompensas não serão levianamente retiradas das suas arcas; antes do emprego da lança e do escudo deve a pessoa examinar-se a si mesma. Se Vossa Majestade for prudente nesse particular, assim o julgando, conseguirá que esse emprego seja esclarecido e o vosso governo será em tudo e por tudo excelente. O bom e o mau governo dependem dos vários funcionários. Os cargos não deverão ser atribuídos a favoritos, mas somente a homens capazes. As dignidades não deverão ser conferidas a pessoas de práticas pervertidas, mas apenas às de mérito (62)”.

"Ansiosas cogitações a respeito do que seja o melhor deverão preceder os vossos movimentos, que igualmente serão feitos no momento oportuno. Entregar-se à consciência de ser bom é o meio de perder a bondade; ser vão a respeito da própria capacidade é o meio de perder o mérito, que ela possa gerar (63)".

"Que exista o preparo para todas as questões; - com esse preparo não haverá conseqüências calamitosas. Não abrais a porta aos favoritos de quem recebereis o desprezo. Não vos envergonheis dos erros a ponto de tornar crimes. Permiti que o vosso espírito repouse nos objetos próprios e os negócios do vosso governo serão puros. A oficiosidade no sacrificar se denomina irreverência; e a multiplicação das cerimônias conduz à desordem. É difícil assim servir aceitavelmente aos espíritos".

5. Disse o rei: "Excelente! As vossas palavras, ó Yüeh, deveriam em verdade ser postas em prática por mim. Se não fosseis tão bom conselheiro, eu não teria ouvido essas normas para a minha conduta". Yüeh exprimiu obediência, com a cabeça tocando o solo e disse: "Difícil não é saber mas fazer (64)". Entretanto, como Vossa Majestade bem o sabe, não haverá dificuldades e vós vos tornareis, quanto à virtude plena, de fato igual ao nosso primeiro rei. Ao passo que eu, Yüeh, se deixar de dizer o que devo, a censura recairá sobre mim".

Seção 3.

1. Disse o rei: "Aproximai-vos, ó Yüeh. Eu, pobre criança, aprendi primeiro com Kan P'an. Depois vivi oculto entre os rudes camponeses e mais tarde fui para o país de Ho e lá residi - De Ho fui para Po; e o resultado é que não sou esclarecido. Vós me ensinareis quais deverão ser os meus desígnios. Sede para mim como o fermento e o malte no preparo dos doces licores e como o sal e as ameixas no preparo da sopa saborosa (65). Usai de vários métodos para cultivar-me; não me abandoneis; assim eu conseguirei pôr em prática as vossas instruções".

Yüeh disse: "Ó rei, um governante deve procurar aprender muito com os ministros, visando dar estabilidade aos seus negócios; aprender as lições dos antigos, porém, é o meio de o conseguir. Jamais ouvi dizer que os negócios de alguém, que não faça dos antigos os seus senhores, possam ser perpetuados através das gerações".

"Ao aprender, deve o espírito ser humilde e cumpre haver um zêlo constante; - nesse caso, os progressos daquele que aprende decorrerão de maneira segura. Quem sinceramente prezar tal coisa, verá que toda a verdade se reunirá na sua pessoa. O ensino é meia aprendizagem (66); quando os pensamentos de um homem, do começo ao fim, estão constantemente voltados para a aprendizagem, o seu virtuoso cultivo advirá sem ser percebido".

"Analisai o modelo perfeito que foi o nosso primeiro rei; assim estareis para sempre preservado de erro. Então eu serei capaz de atender, cheio de reverência, às vossas opiniões e olhar para todos os lados em busca de homens eminentes para colocar nos vários cargos".

2. Disse o rei: "Oh! Yüeh, deve-se a vós o fato de todas as pessoas compreendidas nos quatro mares venerarem a minha virtude. Assim como as pernas e os braços formam o homem, o bom ministro forma o rei sábio. Viveu, outrora, o primeiro ministro da nossa dinastia - Pao-haig - que educou e formou o seu real fundador. Disse ele: "Se eu não fizer do meu soberano igual a Yao ou a Shun, sentirei vergonha no coração como se fosse espancado na praça do mercado (67). Se qualquer homem comum não obtiver tudo quanto desejar, disse ele - "será minha culpa". Assim ele assistiu ao seu meritório antepassado e o mesmo se tornou igual ao Grande Céu. Dai-me o vosso esclarecido e preservador auxilio e não permitais que A-heng (68) monopolize os bons serviços à Casa de Shang.

"Não deve o soberano dividir o governo com pessoa alguma senão com o funcionário digno. O funcionário digno não aceita o apoio de ninguém senão o do próprio soberano. Que vós possais conseguir fazer do vosso soberano um verdadeiro sucessor daquele que fundou a sua linhagem e assegurar a duradoura felicidade do seu povo".

Yüeh exprimiu obediência, com a cabeça tocando o solo e disse: "Eu ousarei assumir a responsabilidade das excelentes instruções de Vossa Majestade e divulgá-las".



A GRANDE DECLARAÇÃO

(Livro de Chou, I. Texto Antigo) (69) Seção 1.

Na primavera do ano décimo terceiro (70), houve uma grande assembléia em Mengshin. Disse o rei: "Ah! vós, governantes hereditários dos meus estados amigos e todos vós, meus funcionários, administradores dos meus negócios, ouvi claramente a minha declaração".

"O céu e a terra são os pais de todas as criaturas (71); e de todas as criaturas o homem é a melhor dotada. Aquele que for sinceramente esclarecido entre os homens torna-se o grande soberano; e o grande soberano é o pai do povo (72). Mas, em nossos dias, Shou (73), rei de Shang, não reverencia o Céu, que está no alto e inflige calamidade ao povo aqui da terra. Entregue á embriaguez e inconsiderado na luxúria, ousou exercer cruel opressão. Estendeu a punição dos criminosos a todos os seus parentes. Distribuiu cargos aos homens, segundo o principio hereditário. Fez do seu propósito possuir palácios, torres, pavilhões, represas, lagos e todas as demais extravagâncias, para o mais doloroso sofrimento de vós, populações inúmeras. Queimou e assou os leais e os bons. Esquartejou mulheres grávidas. O Grande Céu foi tocado de indignação e encarregou a Wen, meu falecido pai, de exprimir os seus terrores; ele morreu, porem, antes de estar concluído o trabalho.

"Por esse motivo, eu, Fa, pobre criança, por vosso intermédio, governantes hereditários dos meus estados amigos, considerei o governo de Shang. Mas Shou não mostra possuir um coração arrependido. Ele se assenta nos calcanhares, desserve a Deus e aos espíritos do Céu e da Terra e negligencia também o templo dos seus antepassados, nele não sacrificando. As vítimas e as embarcações do milhete se tornam todas a prêsa de malvados ladrões. E ele ainda diz: "O povo é meu: o mandato celeste é meu", jamais procurando emendar o seu espírito desdenhoso.

"O Céu, em auxílio do povo aqui da terra, instituiu governantes e estabeleceu instrutores para que ele fosse capaz de ser útil a Deus e visando assegurar a tranqüilidade dos quatro quadrantes do reino. Como ousarei dar expansão aos meus próprios desejos quanto aos que são ou não são criminosos? (74)".

"Quando a força for a mesma, medi a virtude das partes; quando a virtude for a mesma, medi a sua retidão: Shou possui centenas de milhares e um sem número de funcionários, eles, porém, têm centenas de milhares e um sem número de mentalidades. Eu tenho apenas três mil funcionários; eles, porém, possuem uma só mentalidade. É completa a iniqüidade de Shang. O Céu ordena que ela seja destruída. Se eu não obedecer ao Céu, a minha iniqüidade será tão grande como a dele.

Eu, pobre criança, vivo sempre cheio de apreensão. Recebi ordens de Wen, meu falecido pai; ofereci sacrifícios especiais a Deus; desempenhei os serviços devidos à grande terra; e conduzo a multidão de vós a executar a punição determinada por Deus. O Céu tem compaixão do povo. Aquilo que o povo deseja, ver-se-á o Céu executar (75). Ajudai a mim o Primeiro Homem, a purificar para sempre tudo o que está compreendido nos quatro mares. Agora é chegada a ocasião. Não deve ser perdida".

Seção 2.

No dia de Wu - wu, o rei fez alto ao norte de Ho. Quando todos os príncipes estavam reunidos, com as suas hostes, passou-as em revista e fez a seguinte declaração: - "Oh! vós, multidões do ocidente, atentai todos vós nas minhas palavras.

"Ouvi dizer que o homem reto, que pratica o bem, julga o dia insuficiente (76) e o malvado, que pratica o mal, também assim o considera. Shou, rei de Shang. Ora segue com vigor os caminhos fora da lei. Afastou os Senhores gastos pelo tempo e cultiva a intimidade de homens perversos. Dissoluto, violento, inconsiderado, opressor - os seus ministros se tornaram semelhantes a ele; formam conchavos, contraem animosidades e confiam no próprio poder para se exterminarem uns aos outros, Os inocentes bradam aos Céus. Sente-se no alto o odor desse estado de coisas.

“O Céu ama o povo e o soberano deve reverentemente cumprir o espírito do Céu. Chieh (77), soberano de Hsia, não seguiu o exemplo do Céu, mas propagou os seus malefícios peçonhentos pelos estados do reino; o Céu, por conseguinte, emprestou auxílio a T’ang, o Bem- Sucedido, e o encarregou de pôr termo ao mandato de Hsia. Mas os crimes de Shou excederam os de Chieh”.

"Shou possui centenas de milhares de milhões de homens bons; portou-se cheio de cruel tirania para com o seu censor e auxiliar. Afirma que o mandato do Céu está com ele (78); que não é digno de observância e reverente cuidado com a própria conduta; que os sacrifícios não têm utilidade; que a tirania não é mal algum. Não está longe o quadro que deveria contemplar; o do rei de Hsia. Parece que o Céu, por meu intermédio, vai governar o povo. Os meus sonhos coincidem com os meus augúrios: é duplo o presságio auspicioso. O meu ataque a Shang deve ser coroado de êxito".

"Shou possui centenas de milhares de milhões de homens comuns, divididos pelo coração e pela ação. Eu tenho ministros capazes de governar, dez homens que são um só coração e uma só ação(79). Embora ele tenha ao seu lado os parentes mais próximos, eles não são como os meus virtuosos homens (80). O Céu vê conforme vê o meu povo; o Céu ouve conforme ouve o meu povo (81). O povo censura a mim, o Primeiro Homem, pela minha demora; devo marchar para a frente. A minha bravura militar é demonstrada e eu penetro nos seus territórios para aprisionar o perverso tirano. A punição do mal será grande e mais gloriosa do que a executada por T'ang. Erguei-vos, meus heróis! Não julgueis que ele não seja para temer; pensai, antes, que não pode ser resistido. O seu povo está a tremer, aterrorizado com ele, como se os seus chifres estivessem a cair-lhes das cabeças - Oh! uni as vossas energias, uni os vossos corações; desse modo, certamente realizarei de pronto a vossa missão, que há de perdurar para todo o sempre".

Seção 3.

Foi na madrugada seguinte que o rei marchou em derredor das suas seis hostes formadas e fez uma declaração positiva a todos os oficiais. Disse ele: "Meus valentes homens do oeste! Do Céu dimanam brilhantes rumos ao dever, cujas diversas exigências são bem nítidas. E, no entanto, Shou, o rei de Shang, trata com desdenhosa negligência as cinco (virtudes) regulares e se entrega a desenfreada ociosidade e irreverência. Rompeu com o Céu e acarretou a inimizade entre ele próprio e o meu povo".

Ele cortou as tíbias daqueles que a custo caminhavam, pela manhã; arrancou o coração dos homens dignos. Usando do seu poder, matando e assassinando, envenenou e afligiu a todos aqueles compreendidos nos quatro mares. As suas honrarias e a sua confiança são atribuídas aos vilãos e aos maus. Afastou de si os instrutores e tutores. Lançou aos ventos os estatutos e as leis penais. Aprisionou e escravizou os funcionários retos. Mostrou-se negligente nos sacrifícios ao Céu e à Terra. Suspendeu as oferendas no Templo dos Ancestrais. Concebe projetos de maravilhoso artifício e extraordinária astúcia para agradar à mulher. Deus já não é tolerante para com ele; mas sim, faz descer esta ruína, acompanhada de maldição. Apóia-me com o vosso infatigável zêlo, a mim - o Primeiro Homem, para reverentemente executarmos a punição ordenada pelo Céu. Disseram os Antigos: "Aquele que nos alivia é o nosso soberano; aquele que nos oprime é o nosso inimigo (82), Shou, esse homem solitário, tendo exercido grande tirania, é o vosso perpétuo inimigo. Afirma-se, ainda: "Ao implantar a virtude de um homem, esforçai-vos por fazê-lo pelas raízes (83)". Agora, eu, pobre criança, com o poderoso auxílio de todos vós meus oficiais, exterminarei completamente o vosso inimigo. Todos vós, meus oficiais, marchai à frente com determinada audácia a fim de apoiar o vosso príncipe. Se houver mérito, haverá grandes recompensas; se vós assim não avançardes, haverá notória desgraça.

"Oh! a virtude de Wen, meu falecido pai, era como a luz do sol e da lua. A sua luminosidade se estendeu aos quatro quadrantes da terra e brilhou sobretudo na região ocidental. Por isso é que o nosso Chou recebeu a vassalagem de muitos estados. Se eu subjugar a Shou, não será pela minha bravura, mas pela virtude irreprochável de Wen, meu falecido pai. Se Shou me subjugar, não será por qualquer falta de Wen, meu falecido pai, mas porque eu, pobre criança, não sou digno".



O COFRE GUARNECIDO DE METAL

(Livro de Chou, VI. Textos moderno e antigo)

1.Dois anos após a conquista de Shang (84) o rei caiu doente e ficou muito desconsolado. Os dois outros grãos - duques (85) disseram: "Consultemos reverentemente o casco de tartaruga a respeito do rei"; o duque de Chou (86), porém, disse: "Não deveis afligir desse modo os nossos antigos reis". Chamou a si, então, o encargo e ergueu três altares de terra na mesma clareira; e, construindo outro altar ao sul destes, voltado para o norte, aí tomou posição. Havendo colocado um símbolo de jade, redondo, em cada um dos três altares e empunhando o símbolo maior da sua própria hierarquia, dirigiu-se aos reis T'ai, Chi e Wen (87).

O grande historiador escreveu em tábuas a sua prece, que assim rezava (88): A. B. (89), o vosso grande descendente, está sofrendo de moléstia grave e violenta; - se vós, três reis, tendes no Céu o encargo de velar por ele - grande filho do Céu, permiti que eu, Tan, seja o substituto da sua pessoa. Fui amorosamente obediente a meus pais; possuo muitas capacidades e arte que me tornam apto a servir a seres espirituais. O vosso grande descendente, por outro lado, não possui tantas capacidades e artes quanto eu e não é capaz de servir aos seres espirituais. E, além disso, foi nomeado na casa de Deus para estender o seu auxilio por todo o reino, visando estabelecer aqui na terra os vossos descendentes. O povo dos quatro quadrantes permanece em reverente temor dele. Oh! Não permiti que esse mandato precioso, conferido pelo Céu, caia por terra - para que toda a longa linhagem dos nossos antigos reis também possua alguém em quem possa confiar sempre, quanto aos nossos sacrifícios. Agora, buscarei a vossa determinação a respeito do assunto, no grande casco de tartaruga. Se atenderdes o meu pedido, tomarei desses símbolos e dessa maça, retornarei e aguardarei as vossas ordens. Se vós não o atenderdes, eu os deixarei de lado".

Então, consultou o duque os augúrios, através dos três cascos de tartaruga. E foram todos favoráveis. Abriu, com uma chave, o lugar onde estavam guardadas as respostas oraculares e as contemplou. Elas foram igualmente favoráveis. Disse ele: "Segundo a forma do prognóstico o rei não sofrerá mal algum. Eu, pobre criança, consegui junto aos três reis a renovação do seu mandato, aos quais um longo futuro foi consultado. Devo, agora, aguardar as conseqüências. Eles poderão agir em favor do nosso Primeiro Homem".

Quando o duque regressou, colocou as tábuas da oração num cofre guarnecido de metal e, no dia seguinte, o rei melhorou.

2.Mais tarde, com a morte do Rei Wu, o irmão mais velho do duque de Kuan e os seus irmãos mais moços propalaram pelo reino um relatório sem fundamento para que o duque não fizesse nenhum benefício ao jovem filho do rei (90). Diante disso o duque declarou aos outros grãos duques: "Se eu não aplicar a lei a esses homens, não poderei apresentar o meu relatório aos antigos reis".

Ele residiu assim no oriente, dois anos, durante os quais os criminosos foram presos e levados perante a justiça. Depois, compôs um poema para apresentar ao rei e o denominou: "A coruja" (91). O rei, por seu turno, não ousou censurar o duque.

No outono, quando o grão era abundante e maduro, porém, antes de ser colhido, o Céu enviou uma grande tempestade de trovão e relâmpagos, acompanhada de ventos, quebrando-se todo o grão e sendo desarraigadas grandes árvores. O povo ficou muito atemorizado; o rei e os altos funcionários, todos com seus capacetes de autoridade, puseram-se a abrir o cofre guarnecido de metal e a examinar os escritos nele contidos, encontrando as palavras pronunciadas pelo duque, quando ele chamou a si o encargo de ser o substituto do Rei Wu. Os dois grãos duques e o rei interromperam o historiógrafo e todos os outros funcionários familiarizados com a questão. Eles replicaram: "Foi realmente assim: mas, ah! o duque nos ordenou que não ousássemos falar a esse respeito". O rei tomou o documento nas mãos e chorou, dizendo: "Nós hoje não precisamos ir reverentemente proceder à adivinhação. Outrora o duque foi assim zeloso da casa real; mas, sendo uma criança, não o soube. Hoje o Céu mobilizou os seus terrores para exibir-lhes a virtude. Que eu, pobre criança vá agora ao seu encontro com as minhas opiniões e sentimentos renovados, eis o que exigem as normas de propriedade do nosso reino".

Quando o rei se dirigia às fronteiras ao encontro do duque, o Céu enviou chuvas; e, em virtude de ventos contrários, todo o grão se ergueu. Os dois grãos duques deram ordens ao povo para que levantasse as árvores que haviam caído e as substituísse. O ano, então, tornou-se muito frutuoso.



A PROCLAMAÇÃO DO DUQUE DE SHAO (92)

(Livro de Chou, XII. Texto Antigo e Moderno)

1.No segundo mês, no dia de Yi- wei, seis dias depois da lua cheia, pela manhã, o rei (93) se dirigiu de Chou para Fang. Daí o Grande Tutor (94) foi à presença do Duque de Chou para inspecionarem o local da nova capital; e no terceiro mês, no dia de Wu - shan, no terceiro dia depois do primeiro aparecimento da lua no Ping - wut, pela manhã, ele foi a Lo. Consultou os augúrios, através do casco de tartaruga, a respeito das diversas localidades; e tendo obtido indicações favoráveis, começou a traçar o plano da cidade. Em Keu- hsü, ao cabo de três dias, orientou o povo de Yin no preparo dos vários terrenos ao norte de Lo; esse trabalho foi completado em Chia- yin, ao cabo de cinco dias.

Em Yi- mao, no dia seguinte, o duque de Chou veio a Lo, pela manhã e inspecionou cuidadosamente o plano da nova cidade. Em Ting- sze, passados três dias, ofereceu dois touros em holocausto, nos subúrbios setentrional e meridional; e, pela manhã, no Wu- wu, sacrificou um touro, um javali e um carneiro no altar do espírito da terra da nova cidade. Passados sete dias, em Chi- tse pela manhã, mediante especificações escritas, deu várias ordens ao povo de Yin (95) e aos chefes presidentes dos príncipes dos domínios de Hou, Tien e Nau. Depois do povo de Yin ter assim recebido as suas ordens, ergueu-se e iniciou o trabalho com vigor.

Quando a obra estava chegando ao seu termo, o Grande Tutor saiu com os príncipes hereditários dos vários estados a fim de trazerem as suas oferendas ao rei; e, de regresso, as presenteou ao Duque de Chou, dizendo: "Com as mãos na cabeça e a cabeça tocando o solo, apresento esta oferenda a Sua Majestade e a Vossa Graça. As proclamações para esclarecimento das multidões de Yin deverão provir de vós, a quem incumbe a administração dos negócios".

2.Oh! o Deus que habita os Grandes Céus modificou os seus decretos a respeito do seu grande filho e da grandiosa dinastia de Yin(96). Foi o nosso rei investido nesse decreto. A felicidade sem limites a ele está ligada e ilimitada é a nossa ansiedade; - Oh! como poderá ser o rei senão reverente?

“Quando o Céu rejeitou e pôs termo ao decreto em favor da grande dinastia de Yin, nele se encontravam muitos dos seus antigos e sábios reis. O rei, entretanto, que deveria suceder-lhes, o último de sua raça, procedeu de tal forma desde que assumiu o mandato, que até chegou a manter os sábios na obscuridade e os viciosos nos cargos. Os pobres, nessas circunstâncias, carregando os filhos e conduzindo as mulheres, erguerem aos Céus as suas lamentações. Fugiram mas foram novamente presos. Oh! o Céu teve compaixão do povo dos quatro quadrantes; o seu decreto favorecedor recaiu em nossos zelosos fundadores. Que o rei cuidadosamente cultive a virtude da reverência”.

Analisando os homens da Antigüidade, vemos que existiu o fundador da dinastia de Hsia. O Céu guiou-lhe o espírito, permitiu que os seus descendentes o sucedessem e os protegeu. Ele se tornou familiar ao Céu e foi-lhe obediente. Com o passar do tempo, entretanto, caiu por terra o decreto com o seu favor (97). Assim também ora acontece, ao examinarmos o caso de Yin. Houve a mesma orientação do seu fundador, que, corrigiu os erros de Hsia, cujos descendentes gozaram da proteção do Céu. Ele também foi familiar e obediente ao Céu. Agora, porém, o decreto em seu favor caiu por terra. Sobe hoje ao trono o nosso rei, na juventude; que ele não desdenhe dos mais velhos e dos experientes, porque se pode afirmar que eles estudaram a virtuosa conduta dos antigos e amadureceram os seus conselhos na contemplação do Céu.

Oh! Embora moço, o rei é o grande filho de Deus. Que ele promova a plena harmonia do povo aqui da terra e seja a benção dos nossos tempos. Que não ouse o rei ser remisso nesse particular, mas sim, continuamente considere a perigosa incerteza do devotamento do povo e, diante dela, fique cheio de temor.

Que o rei advenha como vice - regente de Deus e assuma as atribuições do governo, neste centro da terra. Disse Tan: "Agora, que foi construída esta grande cidade, ele poderá ser o companheiro do Grande Céu e sacrificar reverentemente aos espíritos do alto e da terra: de ora em diante, desse lugar central, poderá administrar com êxito o governo". Assim o rei gozará do completo apreço do Céu e o governo do povo será próspero.

"Que o rei primeiro subordine a si próprio os que foram administradores dos negócios do nosso Chou. Isso regulará as suas perversas naturezas e eles progredirão cada dia. Que o rei faça da reverência o remanso do seu espírito; ele deve conservar a virtude da reverência".

Cumpre-nos, certamente, analisar as dinastias de Hsia e Yin. Eu não presumo que saiba nem digo: "A dinastia de Hsia devia gozar do favorecedor decreto do Céu, durante tantos anos; não presumo que saiba nem digo: "Ela já não poderia perdurar". O fato, simplesmente, foi o seguinte: carecendo a mesma da virtude da reverência, o decreto prematuramente caiu por terra, com o seu favor. Analogamente, não presumo que saiba nem digo: "A dinastia de Yin devia gozar do favorecedor decreto do Céu precisamente durante tantos anos; não presumo que saiba nem digo: "Ela já não poderia perdurar". O fato, simplesmente, foi o seguinte: carecendo a mesma da virtude da reverência, o decreto prematuramente caiu por terra, com o seu favor. O rei ora herdou esse decreto - o mesmo decreto, eu presumo, que pertenceu àquelas duas dinastias. Que ele procure herdar as virtudes dos seus meritórios soberanos; que o faça especialmente no início das suas atribuições.

“Oh! é como se fosse o nascimento de um filho, quando tudo depende da instrução dos primeiros anos de vida, durante os quais ele é capaz de assegurar a sua sabedoria futura, como se ela fosse decretada. Ora, o Céu, poderá haver decretado a sabedoria do rei; poderá haver decretado a sua boa ou má fortuna; poderá haver decretado para ele um largo curso de anos; não só sabemos que lhe compete, agora, dar início às suas atribuições. Residindo nesta nova cidade, que o rei cuidadosamente cultive a virtude da reverência. Quando se devotar plenamente a essa virtude, poderá elevar as suas preces aos Céus, solicitando um duradouro decreto em seu favor”.

Que ele não ouse, como rei e em virtude dos excessos do povo na transgressão das leis, governar com a violenta imposição da morte; - quando o povo é dirigido com brandura, o mérito do governo se torna patente. Compete-lhe, na qualidade de rei, exceder a todos em virtude. Assim o povo o imitará por todo o reino e ele será ainda mais ilustre (98).

Que o rei e os ministros trabalhem com mútua simpatia, dizendo: "Recebemos o decreto do Céu e ele será tão grande como os largos anos de Hsia; - sim, ele não falhará aos largos anos de Yin". Desejo que o rei, graças ao devotamento do povo aqui da terra, receba o duradouro decreto do Céu".

3.Então, o duque de Shao exprimiu obediência, com as mãos na cabeça e a cabeça tocando o solo, dizendo: “Eu espero, pequeno ministro que sou, ao lado do povo do rei e de todos os seus funcionários até então hostis, e do povo amigo e leal, manter e receber as terríveis ordens e brilhantes virtudes da sua majestade. Não espero, entretanto, trabalhar para que o rei consiga, finalmente, o decreto pleno e se torne ilustre. Trago apenas, respeitosamente, estas oferendas a vossa majestade, a fim de serem utilizadas nas suas preces ao Céu, pelo seu duradouro decreto”.



O DISCURSO DO MARQUES DE CH'IN (99)

(Livro de Chou, XXX. Textos Moderno e Antigo)

Seção 1.

Disse o duque: "Ah! Meus funcionários, ouvi-me sem arruido. Eu vos anuncio solenemente o mais importante de todos os adágios; e o que os antigos afirmaram: "Assim é com toda a gente; ela ama sobretudo o seu bem-estar. Não existe a menor dificuldade em reprovar os outros; mas, receber reprovações e permitir o seu livre curso - isto é difícil. O pesar do meu coração é que dias e meses são passados e não é provável retornem para, que eu possa seguir outros caminhos.

"Eu tinha os meus velhos conselheiros". E disse: "Eles não se acomodarão a mim". Odiei-os. Eu tinha os meus novos conselheiros: neles depositei, então, a minha confiança. Assim me aconteceu, em verdade, mas, de hoje em diante, eu me aconselharei com os homens encanecidos; assim estarei livre de erro. O bom velho oficial; as suas forças estão exaustas; entretanto, antes eu o tenha como conselheiro. Aquele ousado e bravo oficial; os seus tiros e evoluções no carro são irreprocháveis; mas eu desejaria antes não o ter. Quanto aos homens de palavras equivocas, hábeis e astutos, capazes de fazer as pessoas retas mudarem de propósitos, que poderei fazer para os utilizar?

"Meditei profundamente e concluí: - que eu não tenha senão um ministro resoluto, positivo e sincero, destituído de qualquer outra capacidade, dotado de espírito reto, cheio de generosidade, que considere os talentos dos outros como se ele próprio os possuísse; e ao encontrar homens instruídos e sábios, os preze de coração mais do que possa exprimir a sua boca, mostrando-se verdadeiramente capaz de os apoiar; - esse ministro se revelaria à altura de preservar os meus descendentes e o meu povo e seria, em verdade, um distribuidor de benefícios".

Se o ministro, porém, ao encontrar homens de capacidade, for invejoso e os odiar; se, ao defrontar-se a homens instruídos e sábios a eles se opuser e não permitir o seu progresso, mostrando-se realmente incapaz de os apoiar; esse homem não poderá proteger os meus descendentes e o meu povo. Não será ele um homem perigoso? O declínio e a queda de um estado poderão resultar de um só homem. A glória e a tranqüilidade de um estado poderão igualmente resultar da magnanimidade de um só homem".(100)

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(57) Wu- ting, o vigésimo soberano de Shang, 1324-1266 a. C.

(58) Fu Yüeh, que se tornou um dos melhores ministros da Dinastia, também com fama de poeta.

(59) Citado por Mêncio.

(60) Idéias similares foram expressas por Motse, noutras palavras.

(61) O tradutor escreveu: "They are the coat of mail", ao invés de "it is the coat".

(62) Mais tarde se tornou importante idéia Taoísta; veja-se Laotse.

(63) Mais tarde se tornou dogma típico da escola confuciana.

(64) Também encontrado no Tsochüan. Tornou-se um provérbio. Sun- Yatsen o inverte, ao pregar a ação.

(65) Veja-se a interessante e similar analogia empregada pelo rei na Seção 1. Não sendo retirada de citação alguma, parece falar em abono da sua autenticidade.

(66) Famoso provérbio sobre a educação, encontrado também no capítulo do Liki, relativo à educação.

(67) Expressão utilizada por Mêncio a propósito de outro assunto, significando desgraça pública.

(68) Nome de Yi Yih (veja-se o documento precedente). Quanto a "engross", leia-se - monopolizar.

(69) Esse é um dos mais importantes documentos do Livro da História e um dos mais freqüentemente citados. Existe outra versão do Texto Moderno, totalmente diferente. Diversas opiniões, baseadas em fontes igualmente boas, afirmam que esse documento (1) pertenceu originariamente à coleção dos Textos Modernos, (2) foi encontrado mais tarde, no tempo de Han Wuti (140-87 a. C.). (3) certa mulher o encontrou na casa de Laotse, no ano de 73 a. C. (Certamente existiram muitos textos, devendo ser afastada a idéia fantástica de que a queima dos livros tenha sido real). Aquele Texto Moderno foi restaurado por Sun Hsingyen (1753-1818 d. C.); ainda é, porém, muito mesquinho e de qualidade inferior, deixando inexplicadas todas as questões importantes desse documento. Por essa e não por qualquer outra razão, é aqui adotada a versão do Texto Antigo, que contém as famosas citações (Nota do diretor da antologia).

(70) 1122 a. C., ano da fundação da grande Dinastia de Chou, a mais longa da história chinesa (1122 a. C. - 256 d. C.). Oitocentos chefes de estados ou tribos se reuniram para derribar o malvado Chou, último imperador de Shan.

(71) Compare-se o ensaio de Chuangtse, "O Grande Supremo", no qual a mesma idéia é expressa na conversação dos quatro amigos.

(72) Origem da teoria do "governo paternal". Expressa igualmente no Grande Plano.

(73) Outro nome de Chou ou variante deste.

(74) Citado por Mêncio, com palavras quase idênticas.

(75) Citado por Kuantse.

(76) Citado duas vezes no Kuoyü e uma vez no Tsochüan. Essa tradução não é bastante boa. Literalmente: "O que o povo deseja o Céu atenderá"; ou "o Céu obedece à vontade do povo".

(77) O último imperador de Hsia, igualmente dissoluto. Isso foi uma advertência ao povo de Shang, lembrando que o primeiro governante também se revoltara contra um imperador tirânico.

(78) Isto é, o mandato do Céu.

(79) Citado no Tsochüan e nos Analectos.

(80) Citado nos Analectos e no Motse.

(81) Essa é a mais importante afirmação, citada por Mêncio. O povo é o representante do Céu ou de Deus e a voz do povo é a voz de Deus. Daí a importância da opinião pública como fundamento de qualquer governo legítimo. Veja-se a minha História da Imprensa e da Opinião Pública na China (Imprensa da Universidade de Chicago).

(82) Veja-se Mêncio (Livro IV, parte 2, III, 1).

(83) Citado como provérbio por Wu Yüan, no Tsochüan.

(84) 1121 ou 1120 a. C.

(85) O Duque de Shao e T'ain- kung.

(86) O Duque de Chou, irmão do Rei Wu, considerado por Confúcio como tendo estabelecido o sistema governamental e os moldes gerais dos ritos e da música, da Dinastia de Chou, Confúcio afirmou ter sonhado com ele, muitas vezes, o que significa ser o sonho de Confúcio restaurar a ordem social que, no seu tempo, havia decaído.

(87) Antepassados do rei.

(88) O Duque de Chou se ofereceu para morrer em lugar do irmão.

(89) Literalmente, "Fulano de Tal", fazendo as vezes do nome do Rei Wu.

(90) O Rei Ch'eng. O Duque, seu tio, era suspeito de pretender roubar-lhe o trono.

(91) Veja-se o poema do mesmo nome no Livro da Poesia (in "Alguns Grandes Poemas", deste volume).

(92) Este documento contém a mais clara exposição do 'mandato do Céu" e de como ele muda de mãos. Os interessados em acompanhar a teoria do "mandato do Céu", da qual existem muitas referências, poderão ler os caps. 14, 16 e 18, do Livro de Chou, no Shu King (Livros Sagrados do Oriente, vol. III), na mesma tradução de James Legge.

(93) O Rei Ch'eng, segundo soberano de Chou (1115-1079 a. C.) filho do Rei Wu.

(94) O Duque de Shao.

(95) A nova capital Lo (perto da moderna Loyang), está situada muito próximo do território do povo conquistado - Yin (ou Shang).

(96) Ou Shang.

(97) Essa mudança do mandato do Céu tornou-se a explicação estabelecida ou a justificação da mudança de dinastias. No chinês moderno, a palavra que designa "revolução" quer dizer "mudança de mandato".

(98) Vemos, aqui, a fonte das idéias de Confúcio sobre o governo pelo exemplo moral.

(99) É interessante observar a existência de povos conquistados hostis e ver como a Dinastia de Chou governou e unificou a China durante quase novecentos anos e, desse modo, foi capaz de imprimir a sua própria cultura a toda a China.

(100) Este é o último documento do Livro da História, que o remonta a 628 a.C.